terça-feira, 13 de novembro de 2007

Anda a apetecer-me descruzar palavras.


A desconstrução.

A psicoterapia tem-me ajudado a tomar consciência das minhas inconsciências. Uma delas é a dificuldade que tenho em ver-me, ou em perceber como me vêem os outros (ainda não me é claro o quanto destas realidades está sobreposto). Creio que já tinha falado nisso uma vez, no outro blog: em como eu não me via gorda, ou em como não "via" que os outros me vêem como tal. Talvez as pessoas com menores dificuldades a este nível tenham, por sua vez, maior facilidade em controlar o que comem, porque reagem mais eficazmente à pressão do olhar que percebem do Outro. Na última sessão, foi abordada, muito ao de leve, a relação entre o comer e o preencher de vazios.
O único senão é que estas sessões me são muito dolorosas; passo-as todas a chorar.
Ainda que o processo esteja no início, parece-me verdadeiramente recomendável. E não tem de custar uma fortuna: pago apenas 4,30 por sessão, no Hospital Júlio de Matos (que, convém ressalvar, tem profissionais que trabalham várias áreas da saúde mental, e não apenas com "malucos").

domingo, 4 de novembro de 2007

A luta continua, isto é, o amor continua.

Não tenho escrito muito neste blog, é verdade. Talvez seja bom explicar que ganho a vida a escrever, pelo que, o mais das vezes, já não me sobra paciência, ao fim dos dias ou das noites, para vir aqui alinhar mais letras sobre letras.
E, depois, percebi há muito, não sem alguma pena, que esta coisa da solidariedade bloguística funciona muito mais intensamente quando se alcançam vitórias do que quando se acumulam derrotas... E eu não tenho tido grandes vitórias para alardear.
Não significa isto que tenha desistido do meu amor difícil com o meu corpo. Muito longe disso. Com todas as minhas dificuldades e todos os equívocos que mantenho com a comida, continuo a trabalhar para que esta história de amor controverso tenha um final feliz. Por exemplo, comecei a fazer terapia, o que é um processo doloroso e previsivelmente longo, que não dará frutos para já. Mas não deixa de ser interessante este exercício de nos deixarmos ver de perto por uma desconhecida (a terapeuta psicóloga). Vamos ver que coisas desconhecidas conseguirá ela tornar visíveis.

Colecção Berardo.





Na sexta-feira passada, passei enfim pela Colecção Berardo, no CCB, como se testemunha.
É caso para dizer: tanto barulho por quase nada.

Poucos, mas os melhores:

Sobre mim

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